Domingo, 24 de Novembro de 2024

Um brinde! Veuve Clicquot completou 250 anos

Postado em: 06-10-2022

Comunicação Sinhores

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A bebida deve seu sucesso a uma mulher que estava fadada ao fracasso após a morte do marido

A Maison Veuve Clicquot completou em setembro 250 anos demonstrando que muito champanhe ainda há de ser engarrafado. Com um estoque atual de 35 milhões de garrafas da marca que é mundialmente conhecida. Uma extensa programação foi preparada para festejar o aniversário 
da casa. Houve inclusive o lancamento do La Grande Dame, em homenagem à Madame Clicquo, só produzido em ano execpcional de colheita, com colaboração com a artista japonesa Yayoi Kusana. Nos próximos meses, serão distribuídos no mercado releituras sustentáveis de embalagens icônicas, como a Ice Box, dos anos 2000. Inspirada no origami, ela se abre formando um balde de gelo. 

Dois séculos e meio é um marco a ser comemorado por qualquer marca, mas no caso da Veuve Cliquot há um sabor especial considerando-se que a empresa é um dos sucessos mais improváveis na história dos negócios. Barbe-Nicole, filha de Nicolas Ponsardin, empresário da área textil estava pouco habituada ao universo dos vinhos. Mas, ao se casar por arranjo com o filho de seu vizinho, François Clicquot, filho de Philippe Clicquot. 

o jovem casal foi cuidar do comércio de vinhos de Phillippe. Nenhum dos dois sabiam o necessário para desenvolver o negócio e à beira da falência, seis anos após o casamento, François morreu de febre tifóide. A jovem viúva Clicquot prometeu ao sogro que recuperaria a empresa. Estudando mais sobre o negócio de vinhos, Madame Clicquot aprimorou conhecimentos por quatro anos onde mantinha seu negócio com dificuldade até que sua sorte virou. 

A Europa assistia o fim das guerras Napoleonicas (1803-1815) e Madame Clicquot sabia que após os russos estariam sedentos por bebidas após derrotarem Napoleão, em 1812. Sendo assim ela arriscou e enviou garrafas a Amsterdã, à espera da vitória russa que se desenhava. Assim que a guerra acabou, seu champagne foi o primeiro a chegar ao czar Alexandre I. Em extasiado pela vitória e pela bebida, o líder russo disse que dali em diante, o Veuve Clicquot seria o único que beberia. Foi assim que que a falência nunca mais rondou os vinhedos da casa. 

O processo de produção de Champagne era (e ainda é) bastante lento. São duas fermentações e um longo tempo para tentar retirar as leveduras mortas e tornar o espumante mais límpido; e, com isso, bem mais atrativo para os consumidores. Foi então que Barbe-Nicole ajudou a desenvolver um método inovador, em que as garrafas ficavam em uma mesa, viradas de cabeça para baixo, e eram levemente giradas de tempos em tempos para que as leveduras se concentrassem no gargalo – e fossem posteriormente eliminadas com mais facilidade. Em 1816, ela então criou a mesa de remuage, método usado até hoje.
Isso lhe permitiu produzir espumantes mais límpidos e mais rapidamente, dando vasão à alta demanda. E a técnica ficou restrita ao seu conhecimento por tempo suficiente para que ganhasse ainda mais vantagem sobre seus concorrentes. Poucos anos depois, Barbe-Nicole também estaria por trás da produção dos primeiros Champagne rosés feitos com mistura de vinho tinto. Isso sem falar que, em 1810, ela teria sido uma das pioneiras em lançar um espumante safrado, mesmo ano em que criou sua própria empresa, a Veuve Clicquot-Ponsardin.

Quando faleceu em 1866, a Veuve Clicquot exportava vinhos para os confins do mundo e Champagne havia se tornado uma bebida sinônimo de luxo, apreciada principalmente pelas camadas mais altas da sociedade de seu tempo. Sua relação com seus clientes e fornecedores era sempre direta e por isso também a elaboração de tantas e tantas cartas ao longo da vida, já que ela nunca saiu da França. A viúva também não se casou novamente, pois, caso fizesse, provavelmente teria que abrir mão de sua empresa, o que, conhecendo sua personalidade bastante ambiciosa e empreendedora, certamente não seria uma opção. Graças a tudo isso, até hoje ela é considerada a Grande Dama de Champagne, pois foi quem moldou todo o mito em torno da bebida.

Quando faleceu em 1866, a Veuve Clicquot exportava vinhos para os confins do mundo e Champagne havia se tornado uma bebida sinônimo de luxo, apreciada principalmente pelas camadas mais altas da sociedade de seu tempo. Ela nunca se casou novamente. 
Seu emblemático rótulo amarelo foi registrado em 1877 e até hoje é a marca da casa, que possui em torno de 390 hectares de vinhedos, além de comprar uvas de cerca de 400 viticultores da região. O lema da casa é: "Apenas uma qualidade: a melhor". 

Hoje o Veuve Clicquot é o segundo champanhe mais vendido no mundo, o primeiro é o Moët & Chandon.